terça-feira, 19 de outubro de 2010

Semana de Jornalismo integra alunos, egressos e profissionais de comunicação


Discutir assuntos referentes a áreas do jornalismo é essencial para a construção do futuro profissional de comunicação

A Semana de Jornalismo ocorrida nos dias 16, 17 e 18 de setembro reuniu acadêmicos, alunos, profissionais e egressos num clima de integração e expectativa. A Semana possibilitou aos presentes conhecer realidades como o cotidiano profissional de Cláudio Dutra, chefe de reportagem da EPTV Sul de Minas.

Através de casos reais, Dutra contou sobre os bastidores de reportagens investigativas, o dia-a-dia das redações durante a cobertura eleitoral e evidenciou que o jornalista precisa pensar mais na prestação de serviço à população. “Nós precisamos ter a preocupação de dar meios para a população se informar. O grande desafio da imprensa é estimular o povo a conhecer as pessoas que vão votar. Os jornalistas fazem um grande serviço mostrando reportagens que denunciam a vida de candidatos como o caso de Sergio Naya”.

Após a explanação de Dutra, na noite de 16/09, os ex-alunos Ana Paula Lambert e Carlos Manoel Laurindo lançaram o livro-reportagem Capoeira, Fragmentos de Vida. O livro destaca-se por ser pioneiro em registrar o trabalho de capoeiristas de Cambuí. “É um prazer poder voltar aqui, mostrar nosso trabalho e motivar outros alunos seguirem o mesmo caminho”, diz Laurindo.

A segunda noite da Semana de Jornalismo teve como convidado o professor doutor Rafael Almeida Evangelista, pesquisador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que falou sobre jornalismo científico e as diversas áreas de atuação do comunicador especializado em ciências. Evangelista enfatizou que o objetivo do jornalismo científico é estreitar os laços entre o cotidiano das pessoas e o conhecimento específico. “É muito importante discutir esse tema dentro das universidades, porque cada vez mais a sociedade está inserida na tecnologia e os assuntos científicos são pautas de grande impacto, como por exemplo, discutir o funcionamento da urna eletrônica, os trangênicos, a clonagem e afins.”

Ao final da noite de sexta-feira foi exibido um vídeo comemorativo aos 22 anos do curso de jornalismo produzido pelos alunos do curso de extensão em telejornalismo orientado pela professora Hellen Morais. O vídeo mostrou por meio da produção dos atuais acadêmicos, os alunos e ex-alunos atuantes no mercado, a qualidade do curso oferecido pela Univás e os diversos campos de trabalho do profissional de comunicação graduado em jornalismo.

Durante a manhã de sábado, dia 18, os alunos conheceram a realidade profissional do professor de fotografia Seiji Hiraide, premiado diversas vezes pela Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom), que falou sobre o mercado de trabalho do fotojornalista. Hiraide destacou que jornalista precisa ter a visão da notícia e não apenas apertar um botão. “O fotojornalista também precisa pautar, pesquisar e desenvolver a visão do leitor. A fotografia precisa passar o máximo de informação possível através da imagem, respeitando a editoria do veículo. Além disso, o fotógrafo precisa ter sintonia com o jornalista.”

Com o tema Jornalismo na sociedade da informação, o professor Carlos Alberto Zanotti encerrou a manhã de palestras de sábado. Ana Luiza Fernandes, aluna do 6° período, afirmou que o professor motivou os alunos a enfrentarem o mercado de trabalho por meio de um diferencial. “Zanotti nos mostrou a importância de ser um bom formador de opinião, desde a foto ao texto. Por isso precisamos mostrar que somos capazes de revolucionar, fazer um jornalismo sério e de qualidade.”

Em seguida, alunos, professores e ex-alunos participaram do 3° Encontro de Egressos do Jornalismo. Para a ex-aluna Gisele Rodrigues Viana, 25, o Encontro estreita os laços entre futuros e profissionais da área de comunicação. “O encontro de egressos é muito importante pra memória do curso, além disso, os novos alunos podem ver como está o mercado de trabalho e há uma troca de experiências.”

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Redes Sociais invadem horário de trabalho


As facilidades de comunicação e interação oferecidas por sites como Orkut, Facebook, Twitter ou ainda programas como MSN e Skype, exercem sobre as pessoas uma atração quase irresistível. Estar em contato com pessoas de diversos lugares, comunicar-se sem custo algum e de forma rápida é o que atrai a maioria dos seguidores de redes sociais. O grande perigo que ronda os "Orkuteiros" de plantão é seu uso durante o horário de trabalho que pode resultar em demissão por justa causa, caso o dono da empresa perceba a queda na produtividade do funcionário.

            A empresária Márcia Ferreira, dona de um escritório de advocacia conta que quando sua secretária usava a internet para entrar em contato com os próprios advogados do escritório não via problemas, mas confessa a mudança de opinião “minha secretária deixa de cumprir seus afazeres para ficar no Orkut ou no MSN. As vezes o papo está tão animado, que ela deixa de me atender, de dar informação correta ao cliente e demora para cumprir alguma solicitação do escritório.”

            Ela considera o mundo virtual um grande atrativo para distrair o funcionário que acaba não priorizando seus compromissos com a empresa “quando o funcionário deixa o serviço para dar prioridade ao lazer ou a inutilidade, como fofocas, por exemplo, pode ser extremamente prejudicial para a empresa."
            Márcia constata que a eficiência de seus funcionários está caindo cada vez mais por conta do mal uso das redes sociais “já perdi um processo no INSS por falta de arquivo de um documento essencial para sua execução por conta da falta de atenção de um funcionário que estava ocupado utilizando o Facebook.” Depois do ocorrido, Márcia diz que está pensando em bloquear alguns sites para melhorar a eficiência e rendimento de seus funcionários.

O setor público já possui a Lei 8112/90 que alerta o servidor público a não fazer uso particular de recursos públicos, ou seja, utilizar a internet para fins pessoais. Mas, mesmo não sendo servidor público, a utilização da internet durante o horário de trabalho pode ser visto como descumprimento de regras, desde que a empresa deixe claro até onde o funcionário pode ir. Se o empregado trabalha oito horas diárias e passa duas horas navegando no Facebook ou conversando no Skype, ele estará dedicando 25% de sua produtividade para redes sociais. 

            A secretária executiva, 24, que prefere ter seu nome resguardado, dedica cerca de uma hora por dia a sites de relacionamento durante o expediente e afirma que na empresa em que trabalha não há um controle dos acessos a sites pelos funcionários, mas todos são orientados a não utilizar o MSN e o Orkut "meu chefe não aprova o uso desses sites durante o trabalho. Ele alega que se perde muito tempo com distrações na internet e isso dificulta o andamento do trabalho e o rendimento diminui."

            Mas, para a secretária a liberdade no uso da web é um incentivo, um sinal de que a empresa confia no rendimento e na produtividade do funcionário sem que pra isso, seja necessário uma proibição de sites. "Com a liberdade no uso dos sites diversos assuntos podem ser resolvidos de forma eficaz e econômica, e ainda tem o fator da descontração, que pode funcionar como uma motivação profissional ou mesmo como um momento de relaxamento." Apesar de concordar com o acesso as redes sociais durante o horário de trabalho, ela ressalta que o bom senso por parte do funcionário é imprescindível para que ele não tenha problemas futuros dentro da empresa "para isso, o funcionário deve seguir uma postura ética, utilizando os sites de forma controlada.", conclui a secretária. 

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A arte marcial que vai além do tatame

É com um sorriso tímido de menino e convicções de um grande homem que Julio César Silvestre Ferreira Filho, 18, conta ao Juh Cunha Blog’s sua relação com o Judô, arte marcial que tem como princípio fundamental a anti-resistência: ceder à força do adversário, para desequilibrá-lo, para controlá-lo e para vencer com o mínimo de esforço.


Judoca há três anos e medalista nos principais campeonatos da região sudeste, Filho é referência de judô em Itajubá, Minas Gerais. Ele conta que o esporte não deve ser visto como arma ou autodefesa, muito menos um esporte como o futebol que é focado em competições, “o Judô é uma forma de viver” enfatiza.

No mês passado, Filho ganhou medalha de ouro na XXV Taça Guaratinguetá, na cidade de mesmo nome. Ele conta que foi um campeonato difícil, pois enfrentou adversários de categorias superiores. “A maior dificuldade é eu estar treinando menos por conta do vestibular, isso me deixa um pouco mais despreparado para as competições.”

Quando está no tatami o estudante não se vê como um competidor ou esportista. Para ele o principal é aprender a espiritualidade e a filosofia para que assim, possa ser chamado de judoca. “A gente não visa força dentro do tatame. Nós enfocamos o equilíbrio e o desequilíbrio do outro. Durante uma competição eu preciso descobrir os pontos fracos do oponente. É preciso sentir o adversário e executar o golpe com o máximo de eficiência e o mínimo de força.” Ele conta que não existe segredo para ser um bom judoca “basta ter disciplina e levar a filosofia da arte para a vida”. Filho afirma que em uma competição o foco não é a vitória, mas a superação de desafios e a busca por atingir as metas pessoais de cada um.

Quando o assunto são os benefícios que a arte traz para a vida Filho é objetivo “O maior beneficio da arte é aprender a respeitar o próximo, ser humilde, perseverante, firme, disciplinado e responsável”.

Ele ressalta que o judô, como muitas outras artes marciais, é visto como um incentivador da violência. Mas, ele defende “não é porque eu faço judô que eu vou sair aplicando os golpes na rua. O judô é uma arte que visa o equilíbrio e a espiritualidade, não tem nada a ver com ser violento”. O adolescente afirma que era muito superficial antes de praticar a arte. “Agora eu sou mais maduro, me preocupo mais com o próximo, em ser gentil e educado com as pessoas.”

O judoca tem uma pequena biblioteca em casa onde organiza livros e anotações sobre a arte “nem sempre o tempo do treino é suficiente para que haja aprofundamento em toda a espiritualidade do judô, por isso é necessário ter sede de conhecimento que vai além do tatame”.

Após seu último campeonato em Guaratinguetá, Filho decidiu parar de competir e se dedicar ao estudo e aprofundamento do judô “a competição favorece a disputa e a rixa. Muitas vezes por motivos inúteis as pessoas perdem o equilíbrio e deixam de lado a essência da arte”. Julio pretende buscar teorias e conhecer os lugares onde o judô foi criado e é praticado em sua origem.

O esportista, referência em judô, diz que não espera ser reconhecido como um grande judoca, mas objetiva a disseminação da arte “eu quero fazer projetos sociais e montar uma academia gratuita onde eu possa repassar tudo que eu aprendi.”

Filho resume a arte em uma palavra: caminho. “A arte sempre vai abrir caminho pra trabalhar o interior da gente. Isso é essencial” conclui.
















segunda-feira, 28 de junho de 2010

Blog Mãos de Maria



Galera, uma dica pro pessoal que curte a Rádio Beatitudes
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Que Deus continue abençoando a comunidade e meu blog também! hehee
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terça-feira, 22 de junho de 2010

Venda indiscriminada de ração humana põe saúde em risco


Conhecida como a moda nutricional do momento, a ração humana é um complemento alimentar rico em fibras como linhaça, trigo, aveia e soja. O composto promete emagrecimento rápido, diminuição de colesterol, regulação intestinal e proteção a doenças. Além disso, é rico em zinco, selênio, vitaminas e promove sensação de saciedade. O boom da ração humana é resultado de um grande número de pessoas que estão à procura de alternativas fáceis para emagrecer. Quando se trata de uma mistura que, aparentemente vai ter resultado imediato, a procura é intensa. Apesar dos inúmeros benefícios prometidos, o complemento deve ser ingerido com cautela.
A nutricionista Beatriz Silva Madureira afirma que a ração humana surgiu para complementar uma alimentação deficiente suprindo a falta de nutrientes e vitaminas essenciais para o organismo “os benefícios do produto são os mesmos de uma pessoa que tem uma alimentação rica e diversificada: regulação intestinal, sensação de saciedade, controle do colesterol LDL (colesterol ruim) e outros benefícios que as fibras, as vitaminas e os minerais trazem para o organismo.”

Beatriz acredita que a mídia é a grande culpada pelo excesso no consumo do produto, já que evidencia os benefícios, deixando de lado o conjunto de atitudes que a pessoa deve ter para chegar ao resultado desejado.

Ela acredita que devido às inúmeras promessas de saúde e emagrecimento há um excesso no consumo diário das fibras. Recebendo uma grande quantidade da mistura o organismo pode ficar sensível e responder com aumento de peso e constipação intestinal “como o consumo deve ser individualizado não tem como padronizar a quantidade diária da ração, mas o que geralmente se recomenda é de uma a três colheres de sopa por dia para indivíduos saudáveis e que já são acostumados a seguir uma alimentação equilibrada”.

A nutricionista alerta que crianças, idosos, lactantes, diabéticos, hipertensos, pessoas portadoras de doença celíaca, ou seja, intolerantes a glutén, psoríase e artrite reumatoide não podem consumir o produto sem orientação médica, pois podem piorar por causa da mistura “os grupos citados podem consumir o produto, mas sempre com orientação de um especialista que irá retirar da composição os ingredientes agravantes”.

A ingestão inadequada do produto pode resultar em efeitos contrários como, por exemplo, o desenvolvimento de alergias digestivas. A especialista afirma que se o produto for consumido por um paciente portador de doença celíaca poderá desenvolver uma grave inflamação intestinal. No caso de diabéticos haverá aumento da glicemia e o hipertenso terá sua pressão arterial alterada.

Beatriz não recomenda o consumo do produto industrializado e defende a importância de uma mistura especializada para cada pessoa, assim o consumo diário do produto responderá ao esperado pelo paciente. Ela comenta que quando um paciente pede o complemento alimentar, ela analisa a individualidade bioquímica da pessoa, restrições dietéticas, faixa etária e objetivo do consumo “eu não posso receitar pó de guaraná para um hipertenso, que é um dos ingredientes da ração, pois apresenta substâncias estimulantes. Não posso receitar a um diabético o consumo de açúcar mascavo ou o cacau, por exemplo.” Além disso, as fibras podem causar diarréia e inflamação em pacientes com doenças intestinais e a ingestão de levedo de cerveja, rico em vitaminas do complexo B, pode aumentar o apetite.

Marcela Pereira consome a mistura a seis meses no lugar do café da manhã “estou mais disposta e não preciso mais tomar iogurtes que regulam o intestino. A ração humana já tem tudo o que eu preciso para ir ao banheiro regularmente e de quebra, emagrece.” Beatriz não defende a substituição de refeições pelo complemento alimentar, pois algumas substâncias podem inibir a absorção de alguns nutrientes importantes como o ferro e o cálcio que geralmente são ofertados nas principais refeições.

A nutricionista afirma que para obter resultado na ingestão da ração humana é necessário um conjunto de atitudes como alimentação equilibrada e individualizada, prática de exercícios físicos por um longo período de tempo “não é mágica e sim disciplina”, conclui.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

FORUMDOC.MG - Participem!

 
PROGRAMAÇÃO
08 de junho – terça-feira
Sessão de abertura

19h
Corumbiara

09 de junho – quarta-feira

Cinema Internacional
10h
O retorno do aventureiro
Direção: Moustapha Alassane

Os cowboys são negros
Direção: Serge-Henri Moati

Cinema Brasileiro
18h
A arquitetura do corpo
Direção: Marcos Pimentel

Confessionário
Direção: Leonardo Sette

Tatakox
Direção: Comunidade Maxakali Aldeia Nova do Pradinho
20h
Um lugar ao sol
Direção: Gabriel Mascaro


10 de junho – quinta-feira

Cinema Internacional
10h
La asamblea
Direção: Gabriel Mascaro

18h
Bab sebta
Direção: Frederico Lobo e Pedro Pinho
20h

Sustentabilidade fixa marca positiva em empresas

A constante inserção de propagandas de empresas politicamente sustentáveis não se trata de mais um modismo passageiro, mas sim de uma tendência de mercado. Algumas empresas através de campanhas publicitárias se baseiam na sustentabilidade para atrair mais consumidores. Muitas vezes, o marketing sustentável serve somente como vantagem para agregar valor à empresa, deixando de ser realmente executado.
Para se intitular sustentável a empresa deve possuir uma gestão de dentro para fora. É nítida a preocupação das mais diversas empresas em usar esse meio para conduzir mensagens construtoras de valores e que contribuam para a formação dos consumidores. Além de cuidar do meio ambiente, agregar valores, lucrar com seus serviços e produtos, a publicidade de uma empresa apoiada na preocupação com o planeta tende a imprimir uma imagem positiva na sociedade.
Maria Lúcia Cavalcanti gerente de uma rede de supermercados adota uma política sustentável na empresa. A rede incentiva através de cartazes o uso de sacolas de pano no lugar das tradicionais sacolas plásticas. Cavalcanti oferece também outra opção para os consumidores tradicionalistas que não abrem mão das sacolinhas. O supermercado inova desde o ano passado e produz sacolas oxi-biodegradáveis, que se decompõem mais rápido do que as sacolas de plástico comum.
Quando o assunto são as empresas que usam a sustentabilidade como marketing ela afirma que é necessário possuir políticas e programas responsáveis “todas as ações devem estar baseadas em uma estratégia transparente. Dessa forma, a imagem da marca concordará com a real experiência da empresa”.
Ela afirma que o foco atual das empresas não é só conquistar os clientes e consumidores, mas também ter e oferecer uma política sustentável verdadeira “o consumidor não é bobo e sabe separar as empresas que são verdadeiras daquelas que usam a sustentabilidade como puro marketing”.
 
O publicitário Daniel de Oliveira, afirma que hoje as empresas têm um novo desafio que vai além de anunciar seus produtos e serviços “as empresas precisam desenvolver políticas ambientais que vão além da publicidade, afinal, o consumidor é um alvo cada vez mais difícil de ser seduzido, pois está mais crítico e informado, por isso, não é tão fácil convencê-lo”.
Oliveira defende que a publicidade é uma ferramenta para conquistar e fidelizar o cliente, mas se for usada de maneira errada acaba por sujar o nome da empresa.

Ele acredita que o consumidor merece ser respeitado e receber a informação correta “só assim o consumidor vai ser educado de modo sustentável. Esse boom verde não é passageiro e vai trazer muitas mudanças na sociedade, pois exige uma nova postura. E a empresa que tentar enganar o cliente pode dar um tiro no próprio pé”.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Itajubá Rugby quer popularizar o esporte


Poucos sabem, mas ha um ano e meio, Minas Gerais conta com mais um incentivo ao esporte regional: a seleção de rugby de Itajubá.


O rugby é um esporte de conquista de território e de contato entre os jogadores, muito parecido com o futebol americano, praticado em campos semelhante aos de futebol. Existem dois tipos de partidas. A sevens que são sete jogadores em cada time e dois tempos de sete minutos. E o tradicional, com 15 jogadores em cada time com dois tempos de 40 minutos. As equipes são formadas por jogadores com posições, funções e características físicas diferentes, com o objetivo de marcar pontos, chamados de try. Os jogadores são classificados de acordo com seu físico: os forwards são geralmente mais pesados e fortes e os backs são mais leves e velozes.

O esporte não exige força nem estrutura física, mas conta com a agilidade no passe da bola, característica fundamental do jogador. O atleta corre e dribla segurando a bola em suas mãos, podendo chutá-la para frente, mas quando quiser passar a bola a um companheiro, este deve estar para trás de seu corpo durante o ataque.

O jogador habilidoso que sabe dominar e controlar o passe da bola é sempre destaque do time, pois a velocidade e precisão dos passes são um dos principais determinantes do ritmo e da tática do jogo.

O Itajubá Rugby nasceu da iniciativa de cinco pessoas de difundir e popularizar o esporte e assim começaram os treinos. “Durante um ano nós treinamos com poucas pessoas, mas agora, nós estamos ganhando reconhecimento e temos um time com 20 pessoas.” Conta Osmar Coelho Faria, 23, capitão do time.

A seleção não conta com um treinador fixo, mas recebe auxílio, base e instrução do pró-reitor de pós-graduação da UNIFEI, Renato Lima que conheceu o esporte na Europa e incentiva os alunos da instituição a pratica. Os treinos são realizados todas as quartas e sábados com preparação física individual e repasse de conceitos e regras realizados por Faria. “Eu compro livros e assisto vídeos na internet pra tentar formar os jogadores e trazer sempre um conhecimento novo para treino estudando fundamento por fundamento do esporte.”

O rugby é o segundo esporte coletivo mais praticado no mundo. É o terceiro evento esportivo mais visto, perdendo somente para Copa e para as Olimpíadas.

Faria lamenta que o esporte não seja muito conhecido no Brasil. Ele acredita que as pessoas não se interessam muito, pois acreditam que seja um esporte violento. “As pessoas acham que tem que ser forte e violento para jogar, por isso é difícil achar quem se interesse pelo esporte.” Para Faria, esse preconceito formado no Brasil é culpa da mídia que só reproduz imagens agressivas e violentas do esporte. “Em um ano e meio eu nunca me machuquei sério.” defende Faria.

No futebol é preciso ser habilidoso e ter o domínio das técnicas, já no rugby é necessário ter vontade de ganhar e ter força em lutar pela posse da bola. Nesse esporte o desejo de vitória é mais evidente do que a habilidade. “Nenhum esporte tem o espírito de equipe que o rugby tem. No futebol muitas pessoas falam mal do juiz e brigam com ele. No rugby só o capitão do time responde pela equipe e há muito respeito.”

O Itajubá Rugby já participou duas vezes do TUSCA – Torneio da Universidade de São Carlos, que ocorre todo ano em setembro. A seleção de Itajubá disputou com atletas da UNICAMP, da USP e da UFSCAR. Faria conta que o nível dos jogadores que a seleção de rugby de Itajubá enfrentou é muito maior do que o deles. “O que me motiva é que essas seleções começaram como a gente, por isso não desistimos e participamos dos campeonatos. As pessoas têm visto nossa evolução e nós vamos melhorar muito ainda.”

No mês de junho a seleção de rugby de Itajubá participará, na cidade, de um campeonato contra a UFFRJ a UFF. “Nós estamos esperando esse campeonato pra mostrar o que é o esporte e desmistificar a visão violenta do jogo, tirando a impressão negativa e popularizando o esporte.”

terça-feira, 18 de maio de 2010

O som da sensibilidade


Uill di Lucca lançará no final deste ano seu primeiro CD e DVD ao vivo com 12 faixas, que contará com estilos inspirados em Djavan e Jorge Vercilo.

Ele conta que o projeto de gravação teve início com a música Alquimia, em 2009. “Eu vi que a música tinha força e mexia com as pessoas quando eu cantava, então tive aprovação do meu pai pra montar um repertório só com composições dele.”

Um estúdio móvel será instalado na ETE, em Santa Rita, promovendo um grande show. A empresa responsável pela gravação do projeto disponibilizará convites para a gravação. Além de patrocinadores, o cantor poderá contar com a venda dos convites para financiar todo o processo de finalização de seu trabalho como masterização, mixagem e edição.

Ao se imaginar diante do público na gravação de seu projeto, Di Lucca é só expectativas “Estou ansioso para que o disco saia logo, mas também estou calmo, pois eu sei que esse é meu caminho, estou fazendo a coisa certa. Eu não sou um oportunista, eu tenho talento e eu quero usar isso pra fazer bem aos outros.” Em breve, o CD e DVD de Uill de Luca poderá ser comercializado e o sonho do estudante realizado. “Minha idéia é propagar as musicas do meu pai e encarar o mercado nacional.”

Quem escuta Di Lucca pela primeira vez se encanta por sua doce voz e sua maneira particular de interpretar, aliando técnica, afinação e sensibilidade. Cantando sua música de trabalho, Foto Amarela, composta por seu pai, Luciano Capadócia, Uill de Lucca é surpreendido e convidado a revelar seus projetos profissionais.
Ainda criança, timidamente, di Lucca começa a interpretar músicas de maneira singular, chamando a atenção de amigos e parentes. Aos seis anos, o menino descobre na música seu potencial.

As músicas interpretadas por di Lucca recebem influência direta de cantores como Emílio Santiago, Djavan, Caetano Veloso, Dalva de Oliveira e Cauby Peixoto. Em seu trabalho, o estudante de jornalismo reflete a riqueza das melodias e das letras típicas da MPB.

Apesar da preferência pela musica popular, iniciou seu trabalho como cantor em uma churrascaria cantando pop-rock. Ao fim da noite, após muitos aplausos di Lucca recebeu mais do que uma recompensa financeira: o reconhecimento. O menino envergonhado teve certeza de que cantar era uma vocação e uma porta de entrada pra sua realização pessoal e profissional. “Foi uma sensação eletrizante, apesar de estar muito envergonhado. Mas depois eu senti naqueles aplausos que eu nasci pra cantar.”

Ao escutar as musicas compostas por seu pai e que farão parte de sua produção é possível sentir que o cantor não veio para ser mais um produto cultural. Cada interpretação é algo único e diferencial no trabalho do estudante. Ele acredita que o cantor quando interpreta uma música com verdade está tocando o interior do outro, assim como faz sua maior referência Maria Betânia. “Eu sei que quando canto, eu passo meu coração através da minha voz e isso eu devo a meu pai que me mostrou cantoras como Betânia, minha diva.”

Quando o assunto é a quantidade de músicas sem conteúdo, mas de grande apelo popular, o jovem se mostra chateado. “A música virou coisa pra ser vendida e não sentida. Daí essa propagação de músicas repetitivas, sem qualidade e apelativas, que não agregam valor nenhum pra quem escuta.” Para mudar essa realidade, ele posta seus vídeos na internet, que torna popular sua busca pelo resgate da MPB entre os jovens.

Clique aqui e veja Uill de Lucca cantando Alquimia

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Garçons podem ter gorjeta de 20% após as 23 horas

Os clientes de bares e restaurantes pagarão 20% de gorjeta entre às 23 horas e às 6 da manhã do dia seguinte, caso entre em vigência o projeto de lei 472/09. Antes desse horário, o tradicional 10% do garçom permanece. O projeto altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT - decreto-lei 5.452 de 1943, art. 457), referente à cobrança percentual noturna. A gorjeta é uma contribuição voluntária, uma gratificação pelos bons serviços prestados.


A Lei 13.856/09 regulamenta que bares, restaurantes e afins devem informar em seus cardápios e nas contas dos clientes que a gorjeta é opcional e que deve ser entregue diretamente aos funcionários. O estabelecimento que obrigar o cliente a pagar gorjeta está sujeito a multa de mil a R$ 10 mil, pois infringe o artigo 170 da Constituição fundamentada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa.

Caso haja pagamento de gorjeta, o valor deve ser disposto em sua totalidade ao garçom. Donos de bares e restaurantes que se apropriarem das gorjetas oferecidas estão sujeitos as penalidades do artigo 168 do Código Penal: até quatro anos de prisão.

O Empresário L.P.S., que não quis ser identificado, afirma que não se importa com a quantidade da gorjeta paga a seus funcionários, mas deixa claro a eles que somente as gorjetas recebidas em dinheiro ficam para os garçons. “Quando o cliente paga a conta e a gorjeta em cartão de crédito não repasso pros garçons, afinal, eles já recebem pelo atendimento que fazem, mas se o pagamento da gorjeta for em dinheiro, tudo bem.”

O garçom Pedro Augusto Conceição acredita que o projeto não vai ser tão vantajoso quanto o esperado pelos funcionários de bares e restaurantes. Ele afirma que os clientes não vão pagar os 20% com freqüência. “Onde eu trabalho os clientes já reclamam quando a conta vem com o acréscimo de 10%. Se o projeto virar lei, aí é que as pessoas vão pagar só o que consomem mesmo.”






quinta-feira, 15 de abril de 2010

Animeclube exibe sessões de seriados japoneses

Itajubá contará a partir desde mês com uma nova atividade cultural gratuita. Todos os sábados, às 16:30 min, no auditório do Universitas – Centro Universitário de Itajubá, o Animeclube Taka no Me exibirá, uma vez por semana, a sequência dos seriados mais famosos de animes no Japão e no Brasil. Para os japoneses, anime é todo desenho que seja animado. Para os ocidentais, anime são desenhos animados vindos do Japão. Grande parte dos animes são originados de história em quadrinhos. As principais características desse tipo de filme são personagens com olhos grandes, bem definidos, redondos ou rasgados, brilhantes e coloridos. O olhar destacado evidencia as fortes emoções vividas nos seriados.

A primeira exibição dos desenhos animados ocorreu no último sábado e contou com o seriado Freedom, que segue com sete episódios e Gungrave com 26 episódios. As exibições contam com um telão de alta definição, som ambiente, cadeiras, puffs, o famoso escurinho e uma bonbonnière. Além disso, os freqüentadores que chegarem pontualmente as sessões recebem um saco de pipoca e refrigerante gratuitamente.

Fábio Leite, diretor do Animeclube diz que a idéia inicial do projeto era assistir a alguns filmes entre amigos, mas a paixão pela cultura cinematográfica japonesa foi sendo unânime entre os freqüentadores. “Nós gostamos da cultura japonesa e por isso montamos esse clube. O projeto tem dado tão certo que vamos montar um estatuto e criar carteirinha para os sócios assíduos. Eles terão vantagens dentro do clube.” Leite não revela quais são essas vantagens, mas destaca que a intenção é fidelizar os espectadores e unir os amantes do anime.

O grande diferencial do Animeclube são os momentos de debate após as exibições. Leite conta que esse é um momento muito esperado e de aprendizado. “Aqui nós curtimos o filme, depois discutimos a parte cultural. Isso dá a oportunidade de expandirmos nossa visão, porque eu tenho olhares sobre o filme que outras pessoas não têm e vice e versa. Dessa forma aprendemos juntos e saímos daqui com uma bagagem cultural diversificada.”

Renan Félix Ribeiro, coordenador dos debates no Animeclube, conta que a cultura japonesa tem invadido o Brasil nos últimos dez anos de uma maneira única, trazendo cultura, valores e educação para adultos e crianças. “O anime é diferente dos desenhos animados que estamos acostumados a ver. Além da grande carga de cultura que o gênero traz, os traços são mais trabalhados visualmente. Os animes são como as novelas e as minisséries brasileiras para os japoneses.”

Leite destaca que não é fácil manter o projeto vivo e todas as exibições cheias, pois não há apoio da secretaria de cultura da cidade. “O maior problema do projeto é divulgar toda semana as exibições. Ano passado a secretária da cultura se comprometeu em financiar a publicação dos cartazes, mas nos deixou na mão. Então divulgamos pelo blog e pelo Orkut.”

Miriam Azevedo Ferraz, 18, é freqüentadora assídua das sessões do Animeclube. Ela conta que é essencial para Itajubá ter iniciativas como essas, pois a cidade não oferece atividades culturais gratuitas para os jovens. “É bom, porque aqui não tem cinema e nós não temos uma opção cultural bacana, então o Animeclube vem pra sanar essa carência. Além disso, os debates acrescentam muito culturalmente.”

Acessem e vejam os filmes exibidos em cada sábado: http://cinecapivara.blogspot.com ou http://animeitajuba.blogspot.com

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Criatividade na Paixão de Cristo surpreende em 2010

A sexta feira santa é o ápice da quaresma, um tempo de interiorização e reflexão. Em Itajubá, esse dia já não é o mesmo há nove anos. Em volta da Igreja Matriz Nossa Senhora da Soledade, 4.000 pessoas se reúnem para assistir a encenação dos últimos passos de Jesus Cristo. Esse ano, o grande destaque ficará por conta da ganância e do arrependimento de Judas que por vender Jesus, acaba enforcado. O ator ficará preso através da aparelhagem de rapel com a corda no pescoço, simulando o suicídio do personagem.

Com 35 integrantes, o Ministério de Teatro Alpha é destaque na cidade por representar o mesmo enredo todos os anos, porém dotado de inovações e criatividade. A tradicional peça tem uma hora de duração e destaca-se por apresentar um figurino impecável, som ao vivo e iluminação de qualidade.

Pilatos aparece com um figurino digno de um rei, com capa vermelha, sandálias e túnica romana, além de vários acessórios dourados. Os soldados usam armaduras, capacetes e tochas de madeira para representar proteção ao rei. A mãe de Jesus, representada por Juliana Campos, coloca toda emoção em um choro discreto, mas constante. Véu e túnica azulada compõem o figurino da personagem. Jesus aparece simples, com túnica clara e pés descalços. Ao longo da peça, sua roupa é rasgada e suja pela maquiagem que representa os ferimentos do personagem. A cruz em que o personagem é pregado tem sustentação própria para que todos possam ver o personagem crucificado.

O som ao vivo conduz o espectador a momentos de suspense, de sofrimento, de angústia e reflexão vividos pelo personagem principal. As iluminações coloridas em vermelho, amarelo e azul dão o destaque que cada cena ou personagem merecem para evidenciar o momento.

O estudante de medicina Márcio Junior de Paiva, que representa o personagem principal da trama, diz que fazer Jesus é um privilégio e uma responsabilidade, visto que o público espera um Jesus de cabelos longos e de olhos claros. “Eu sou moreno e não tenho cabelo comprido. Eu acho que as pessoas saem dali enxergando um Jesus diferente, mais real e próximo.”

Durante a apresentação, Jesus é maltratado com chutes, socos, tapas e pontapés, o que permite a cena ser fiel a historia. Paiva diz que não se incomoda com os maus tratos sofridos, mas confessa que se machuca bastante. “Pra mostrar um pouquinho da realidade não tem como fingir, tem que passar pra sentir o que aconteceu. Eu realmente me machuco, mas na hora eu não sinto nada.”

Talitha Leite Pio, diretora da peça, diz que o grupo faz uma preparação psicológica para a representação dos personagens. Cada papel tem a carga emocional que necessita, para que a interpretação tenha dinamismo e realidade. “Os atores vão fazer uma preparação corporal e vocal intensa horas antes da peça. Para o ator que faz Jesus temos um cuidado especial, pois ele precisa de uma preparação corporal grande, devido às cenas fortes.”

Ela ainda afirma que esse ano a encenação está mais iluminada com 48 canhões de luz, graças ao apoio cultural da cidade “A riqueza de detalhes, a sonoplastia e a iluminação ajudam as pessoas a vivenciarem o momento.” A peça de única apresentação tem orçamento equivalente a R$ 2.000,00 arrecadados por meio de patrocinadores.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Por que precisamos de heróis?


Segundo a definição do dicionário Aurélio, “o herói é um homem extraordinário que se destaca por seus feitos guerreiros, por seu valor ou magnanimidade”.
Pois bem: numa visão mais à esquerda, temos Bertold Brecht, dramaturgo alemão que disse certa vez: “feliz o país que não precisa de heróis”. Segundo ele, o herói toma prá si aquilo que deveria ser feito por todos, pela sociedade; e leva à idolatria do indivíduo.


Contrariando Brecht, a esperança, o clamor e a sede por heróis sempre esteve presente em toda e qualquer nação, desde as crianças tão apaixonadas pelos heróis dos quadrinhos.
SuperMan, Homem Aranha ou Batman são personagens imaginários e fantasiosos, que contagiam por serem humanos, mas com uma imensa capacidade de realizar o impossível, defender a sociedade e dotados de uma boa dose de humildade.


Num mundo em que o ilícito vira objeto de ibope em qualquer veiculo de comunicação e o desrespeito à vida é gratuito, não é difícil entender a carência que se tem por heróis. Há uma sede desesperada de que as guerras, as mortes e a violência sejam extintas por alguém que, não precise necessariamente de capa preta ou tenha grandes poderes, mas que tenha acima de tudo, o desejo de resgatar os bons valores dentro das sociedades. Algo que, como o dramaturgo alemão disse, deveria ser dever de todos.


Independente de apreciar os heróis da ficção ou não, todos precisam se identificar com alguma atitude nobre e gratuita, pois conduz a sensação de “se quisermos ainda tem jeito...” A construção desses valores pelos heróis de carne e osso é o que sustenta a esperança de todos. Estamos num mundo em que quem faz o melhor espetáculo é quem realiza a maior catástrofe ou planeja o melhor seqüestro. É diante desse cenário, onde o que seduz são ladrões, corruptos e assassinos é que se constroem verdadeiros heróis. Estes têm uma postura diferente e não cômoda diante das mais diversas situações.


São heróis que trazem às pessoas um novo olhar diante do mundo, uma nova atitude e uma esperança que, antes cega, se torna palpável, pois heróis como Gandhi ou Madre Teresa de Calcutá possuem uma nova postura diante do mundo, porém têm sangue nas veias e os mesmos hábitos de vida de qualquer ser humano.


O que diferenciam essas pessoas e as enobrecem com o título de heróis? É simples: elas nunca souberam o significado de “não posso, não compete a mim, não vou conseguir.” Elas ultrapassaram barreiras sem perceber, justamente por não encararem as mazelas do mundo com um olhar passivo como o da maioria da população.


Heróis como Martin Luther King ou Jesus Cristo, se tornaram personagens principais de um cenário em que não teriam vez, se tivessem cruzado os braços e calado suas vozes.
Brecht pode ser um ótimo dramaturgo, mas está longe de se tornar um herói, visto que em sua visão, todos deveríamos ser heróis. O que o dramaturgo alemão não enxerga é que nem todos têm a inquietação que os heróis possuem no espírito, tornando o impossível possível e cotidiano. Essa sim, é tarefa para poucos, por que não dizer, para raros.


Por esta razão ainda necessitamos do Superman e de heróis criados, para que nunca nos esqueçamos daquilo que nos torna verdadeiramente humanos.
Há um diálogo do filme “Superman: O Retorno”, que explicita bem o pensamento.

Superman: O que você está ouvindo?
Lois Lane: Nada.
Superman: Eu ouço tudo. Você escreveu que o mundo não precisa de um salvador…mas todos os dias eu ouço as pessoas gritando por um.

Enfim, Todos necessitam de exemplos, de inspiração, de ideiais maiores e de fé, que ultrapassem as barreiras da ficção e sanem as inquietações desse mundo.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Uma guerra de estratégias


O tempo em que estar on-line se limitava a um curto espaço de tempo para mandar um e-mail ou visitar uma página interessante, já passou. Como todo e qualquer instrumento de comunicação, a internet está em constante expansão e a ganhar novos adeptos. Os poucos momentos em frente a um monitor, se estenderam a horas, muitas delas dispensadas a páginas de relacionamento. Espaços abertos e gratuitos, como uma grande praça virtual, onde se estreitam laços, reúnem-se tribos e gostos afins.
Mais do que moda, as disputas entre as redes sociais está explicita, visto que, quanto maior é a participação dos internautas, maior é a valorização em dólares da rede em destaque. Consequentemente, as redes se tornam um negócio altamente rentável e digno de fortunas, como é o caso do Google.

O Orkut é a maior rede de relacionamentos do momento, mas apesar de se destacar pela fidelidade de seus usuários, peca por oferecer ferramentas muito sofisticadas. Já o facebook é empenhado em atender as necessidades dos participantes por meio de instrumentos cada vez mais simples, facilitando assim, a conexão entre as pessoas.

De acordo com o blog oficial do Facebook, o que surpreende seu criador Marck Zuckerberg, não é a quantidade de usuários aderidos ao Facebook, e sim sua popularidade e a variedade de tribos que se identificam e se relacionam. O jovem de 25 anos está empenhado em transformar sua rede de relacionamentos na mais popular do momento.

O fato é que os internautas ainda estão totalmente absorvidos pelo orkut e suas infinitas redes, mas seus adeptos estão atentos! Ao ser acessado, o internauta sente que, sutilmente, o Orkut está parando no tempo e na eficácia de suas ferramentas. Já o Facebook está contagiando seus participantes por oferecer constantes mudanças e melhoras do site, com qualidade e simplicidade. Através desse diferencial, o Facebook está ganhando mais credibilidade e destaque entre os diversos sites de relacionamento.

O Orkut que se cuide, ou melhor, corra atrás de inovar, pois nessa disputa, como num jogo publicitário, ganha quem oferecer a melhor estratégia e condição de relacionamento a seus clientes.

Independente da disputa entre Facebook e Orkut, todos os dias surgem novas redes sociais dispostas a estreitar os laços entre as pessoas. Se o orkut e tantas outras redes estão ameaçadas e com os dias contados, não dá pra saber. A única certeza que paira no ar é que fazer parte de uma rede social é quase uma necessidade vital para integrar um mundo cada vez mais globalizado e aderido a redes sociais virtuais.

terça-feira, 6 de abril de 2010


Amém
Composição: Fernando Anitelli


“Pelo retrovisor enxergamos tudo ao contrário:
Letras, lados, lestes.
O relógio de pulso pula de uma mão para outra e na verdade...
Nada muda.
A criança que me pediu dez centavos é um homem de idade no meu retrovisor.
A menina debruçando favores toda suja,
É mãe de filhos que não conhece.
Vendeu-os por açúcar, prendas de quermesse.
A placa do carro da frente se inverte quando passo por ele.
E nesse tráfego acelero o que posso.
Acho que não ultrapasso e quando o faço nem noto.
O farol fecha...
Outras flores e carros surgem em meu retrovisor.
Retrovisor é passado...
É de vez em quando... do meu lado.
Nunca é na frente.
É o segundo mais tarde... próximo... seguinte
É o que passou e muitas vezes ninguém viu.
Retrovisor nos mostra o que ficou; o que partiu, o que agora só ficou no pensamento.
Retrovisor é mesmice em dia de trânsito lento.
Retrovisor mostra meus olhos com lembranças mal resolvidas,
Mostra as ruas que escolhi... calçadas e avenidas.
Deixa explícito que se vou pra frente
Coisas ficam para trás
A gente só nunca sabe... que coisas são essas.”


A poesia de Fernando Anitelli traduz a correria do cotidiano, chamando a atenção para o olhar particular, critico e observador do trânsito. Algo tão comum como carros, gente pedindo esmolas, a pressa, o tráfego, o semáfaro, um retrovisor se tornam especiais e dotados de valor diante do olhar do poeta. Ele consegue traduzir cada elemento de um caminho, tentando enxergar além do obvio, se permitindo perceber o papel de cada ser que compõe um cotidiano tão frequente, mas que agora, se faz perceber pela poesia.
“O que passou, muitas vezes ninguém viu.”
O poeta questiona a sociedade cega, limitada e acostumada a uma realidade fria e sem preço. Por meio da poesia ele convida ao leitor a descontruir o velho olhar de todo dia e exergar o que existe por trás da rotina. É um exercicio que, ao ler esse poema, se torna um irresistivel convite. Afinal, quando se caminha pra frente, algo fica para trás e ninguém quer deixar o que é belo, bonito e cheio de valor para trás, não é mesmo?

quarta-feira, 31 de março de 2010

Comum... Comuni... Comunica ... Comunicação!?!


Eu tenho um amigo que vive em guerra com o português. Desde que iniciamos o curso de jornalismo corrijo seus trabalhos escolares e, mesmo trocando de cidade, continuo a corrigi-lo por e-mail. Quando digo que assassino é com dois ESSES, e não com CE ele logo diz: o importante é se comunicar. Somos colegas de faculdade e vez ou outra corrijo seus trabalhos escritos. Um verdadeiro desastre! É enxugar com CH, ponto em lugar de vírgula, ansioso com CE. E acentuação então? Meu amigo nunca ouviu falar.
Ao fim da correção, sempre caímos na mesma discussão: onde ele estava com a cabeça de seguir a carreira de comunicólogo? Deveria ser astronauta, matemático, físico ou bancário.

Há pouco tempo foi chamado para operar câmera numa emissora de televisão. Fiquei feliz, pois finalmente ele iria encarar o mercado de trabalho. Mas, após a entrevista, foi avisado de que não era apto a função por não possuir carteira de habilitação. Sabe o que ele fez? Logo foi procurar meios para possuir tal requisito.
Mas e quando o mercado precisar de um comunicador que não necessite somente apertar botões? Como é que ele vai agir? Terá que voltar ao primário, penso eu. Mas ele não teria essa opção. Aulas particulares? Livros de gramática? Era melhor que eu o avisasse da importância de uma concordância nominal, do emprego da crase e acentuação, antes que ele perdesse outra oportunidade.

Ao expor minha preocupação com a pouca instrução lingüística de meu amigo, logo levei um susto com seus argumentos. Como se tivesse lido várias biografias de Monteiro Lobato, ele fez praticamente um relato histórico sobre suas produções artísticas e literárias; passando por Sítio do Pica Pau Amarelo e quadrinhos de mitologia grega e cinema . Mostrou-me Lobato como uma das personalidades mais criativas da literatura infanto-juvenil.Quando terminou de falar, fiquei fã da obra do artista, mas não entendi o que Monteiro Lobato tinha a ver com o fato dele escrever tão mal.

Foi ai que me surpreendi. Metade da literatura de Lobato era dirigida às crianças e a outra metade era romance e contos para adultos. Mas seus escritos não continham acentos gráficos nem pontuação. Ao fim dos textos havia uma espécie de observação que dizia: “ponto, vírgula, travessão, acentos e outros acessórios da gramática a critério de quem estiver lendo.”
Meu amigo terminou seu discurso me deixando de boca aberta. Como um dos cérebros mais expoentes da literatura infantil poderia ser deficiente de sua própria linguagem?
Sempre me preocupei com o lugar certo de cada vírgula e com a grafia das palavras para compor o sentido de alguma expressão. Sem uma linguagem essencialmente correta é impossível que alguém consiga se expressar claramente.

Talvez meu amigo tenha razão e eu deva dar menos importância a grafia e sustentar mais meus argumentos. Mas pensando bem, eu não quero ser como Lobato e fazer literatura infantil. Eu quero ser um grande nome da comunicação social e para isso, vou ter que aprender sim, a colocar vírgulas e escrever corretamente as palavras. Afinal, nunca vi nenhum roteirista, nem diretor de cinema, televisão ou redator de jornal que não se expresse perfeitamente através da escrita.

Lobato que me desculpe. Adoro a Narizinho, o Pedrinho, o Saci e até a Cuca, mas um bom ponto final, uma exclamação ou uma crase, não fazem mal a ninguém. E enquanto não consigo convencer meu amigo da importância da gramática, vou melhorando meu português, corrigindo trabalhos de amigos, futuros robôs programados para acabar com os travessões, os acentos e as vírgulas.

Afinal, como dizia meu amigo, o importante é se comunicar!